pessoal

Trilhando meu próprio caminho

Numa frequência considerável de vezes, me flagro olhando para tudo que tenho vivido - ou deixado de viver - e me questiono se estou trilhando o melhor caminho. As escolhas, as renúncias, as frustrações, a energia que dedico à cada coisa... e se não for o jeito certo? E se essa estrada levar a lugar nenhum? Será que daria tempo de voltar? Não seria melhor cortar caminho por alguma trilha paralela mais curta que esta longa e tortuosa estrada?

Como se essa angústia não bastasse, também têm sido inevitável não reparar no caminho das pessoas que me cercam: familiares, amigos e colegas de faculdade, me questionando se a maneira com que conduzem suas vidas não é bem mais eficaz que a minha. Pior do que encarar as comparações é administrar as cobranças que existem há tanto e vêm de todos os lados. No entanto, a cobrança que mais dói é a nossa, e está sendo cruel olhar para quem sou e me sentir uma fracassada, achar que fiquei para trás nessa corrida.

Alguns dias são sufocantes, paralisantes e assustadores.

Por vezes, consigo emergir desse mar de medo e nos segundos em que os meus pulmões enchem-se de ar e esperança novamente, tudo que eu mais quero é nadar contra a corrente, trilhar meu próprio caminho, escrever minha própria história e me alegrar pelo simples fato de estar seguindo o meu coração, independente de para onde ele esteja me levando. Já experimentei esta sensação antes, sabe? De ouvir aquela voz dentro de mim me guiando a fazer tudo da forma que me sinto mais tocada, mais real e coerente. No final, tudo isso torna a tragetória mais leve, pois não há nada melhor do que estar em paz com as próprias escolhas e saborear sozinho o agridoce das lutas que se lutou com presença e segurança.

E assim vou tentando não enlouquecer, tentando não me frustrar com o que me acontece agora e me manter firme naquilo que acredito ser o melhor para o meu futuro, dos planos até a execução.

Isso é tudo que eu sempre quis, a vida inteira, em cada átomo do meu corpo. Apenas trilhar o meu próprio caminho, lutar as lutas que escolhi, renunciar as tantas que não me importam, dar cada passo guiada pelo incontestável instinto de ser feliz e ser quem eu sou. Me conhecer e me rimar, me levar ao limite de mim mesma. Viver sem dar ouvidos às expectativas que me sufocam, aos gritos que me ensurdecem e apenas dar voz ao coração.

E no final, se ainda assim nada saísse como o esperado, morreria em paz por não ter me rendido às trilhas paralelas que até poderiam me levar longe, mas também me afastariam de mim. E de nada adiantaria ter tudo e não ser nada.

música

13 novas razões para amar Tiago Iorc

Tiago Iorc - Reconstrução
Oi, sumido!
Nenhum ditado descreve melhor o nosso amado Tiago Iorc do que aquele que diz que quem é vivo sempre aparece. Depois de pouco mais de um ano longe de tudo, andando só Deus sabe por onde, nosso príncipe/galã/fado da música finalmente resolveu dar o ar da graça.

Longe de ser uma simples e despretensiosa aparição, Tiago Iorc voltou chutando a porta, lançando seu novo trabalho, "Reconstrução", de uma só vez! São treze músicas lindas, com clipe visual e tudo mais que nós, depois de tanto tempo de espera, temos direito. O cantor movimentou a madrugada e agora volta a movimentar nosso coração. Esperei muito por esse dia, não vou mentir <3

O título do álbum já denota à razão pela qual ele se afastou de tudo. Como já havia dito naquela publicação de 06 de janeiro de 2018, ele precisava se desligar para encontrar aquele Tiago Iorc jovem, antes da fama e de todo o sucesso. Quem procura, acha.

"Fui além do céu e o mar até achar meu caminho bem aqui. Sempre esteve na minha frente."

Em uma análise empírica desse novo álbum, digo que as canções misturam-se em letras românticas e outras mais reflexivas, a medida certa que a gente já conhece do Tiago Iorc. A primeira faixa, "Desconstrução", é crua, um pouco angustiante e aborda a temática doentia instagrâmica já cantada outras vezes. "Faz", por sua vez, tem uma pegada bem sexy e acompanha um clipe bem quente. O cara tá ousado, viu?

Se alguém ainda não ouviu as músicas, ouçam imediatamente e venerem esse deus.




Estou escutando todas as músicas em um looping eterno, sem conseguir escolher qual eu gostei mais. Empolgadíssima com essa volta, sim ou claro? Me contem, o que acharam do retorno? E das músicas? Deixa seu comentário e vamos passar o resto do dia babando no Tiago Iorc. Beijos!
cabelos

Minha saga capilar de pertencimento e identidade

Se você me conhecia de outros carnavais, acredito que esteja surpresa diante dessa minha versão morena, mas tudo bem! Muita gente se surpreendeu, me reconheceu e desconheceu. E eu? Sempre soube que  era assim, mas percorri um longo caminho até aceitar isso. E essa é a história que conto agora.

Pintei meu cabelo de ruivo em 2012, aos 15 anos, quando meu conceito de beleza envolvia ser bem diferente, me destacar entre as pessoas e refletir externamente a minha personalidade. Continuo acreditando em tudo isso, mas mudei consideravelmente a forma que emprego esses conceitos.

Durante longos seis anos, achei que ter uma cor e uma textura de cabelo diferentes da minha era, de fato, ser eu mesma. O poder da escolha às vezes nos sobe à cabeça, né? Passei todo esse tempo fugindo da minha identidade por achar que houve um equívoco por parte de Deus na hora que Ele estava me criando, que eu tinha n-a-s-c-i-d-o pra ser ruiva, que meu cabelo era um "fuá", uma "moita" e precisava ser sempre controlado, estar sempre alisado e que eu combinava mais com ele dessa forma.

Foi então que percebi que era mais cansativo e desgastante manter essa aparência que eu tanto acreditava ser a minha, do que realmente assumir a aprender a lidar com a que eu tenho, além de ter me deparado com uma Juliana prisioneira de vários padrões estéticos que ela sequer parou para refletir e questionar. A sensação é de ter uma pequena chave virando dentro de mim.


Eu já havia largado a dependência da chapinha desde o comecinho de 2018 (e nem senti falta!), porém ainda penteava o meu cabelo (mesmo que seco) e não dava muita bola para finalização ou o corte ideal para valorizar as ondas. Para agravar a situação, a química da tintura interferia na formação do fio e eu estou falando de s-e-i-s anos de interferência contínua. O resultado é que meu cabelo parecia estar sempre mal cuidado, farofento, me deixando com uma aparência desleixada e empurrando minha auto estima pro ralo. E quando crescia um dedinho de raiz?! Nossa, eu perdia toda a minha dignidade!

Pois bem, como eu já tinha me livrado de metade do meu problema, liguei o foda-se e apostei em deixar meu cabelo da cor natural, tacando um castanho pra cima sem nem pensar duas vezes! Engraçado que no dia que tomei essa decisão, nem consegui trabalhar direito de tão angustiada que estava, querendo largar os fios cobre de uma vez por todas. E assim, mês após mês venho descobrindo uma raiz natural e tímida querendo aparecer, não vendo a hora de ter um cabelo inteirinho meu novamente! Não ter o compromisso de retoque de cor, tonalização, comprar tinta, faltar a tinta e etc é um baita alívio, viu?

Mesmo com todo esse falatório, não quero dizer que é fácil manusear meu cabelo, arrumá-lo, fazer uma boa finalização ou não babar com minhas fotos antigas de quando era ruiva. Não é nada disso, mas sim uma sensação de que, apesar das circunstâncias em que meu cabelo esteve divino e recebeu vários elogios, essa é uma página a ser virada, uma velha necessidade que seis anos depois não faz mais sentido. E olha, não nego por completo a possibilidade de voltar a colorir meu cabelo, mas hoje não. Também não sou inimiga da escova, tá? Da chapinha eu até sou, rs, mas não abro mão de esticar os cabelos quando acho adequado.

Não quero ditar regras ou te dizer o que é falso ou verdadeiro em você, apenas contar como tudo aconteceu comigo.

Talvez, para algumas mulheres, cabelo é só cabelo e tanto faz se ele está natural ou não, tanto faz se determinado procedimento vai agredí-lo ou não. Para aquelas que romantizam tudo, como eu, o cabelo é uma ferramenta de autocuidado e amor, por isso há tanta "problematização" nisso.

Sei que pode ter sido uma história chata e irrelevante para todos os seres humanos que habitam a face desse planeta que chamamos de Terra, mas eu realmente queria contar sobre essa trajetória que, aos meus olhos - os olhos de quem viveu -, foi significativa para minha evolução como mulher e como ser humano. Beijos!

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Quote

"Devemos sempre acreditar que, por mais difícil que seja, lutar por aquilo que queremos não é perda de tempo."

- Anne Ferreira